Ao contrário das imagens tão difundidas para causar temor nas pessoas Luxfero não apresentava asas de morcego, chifres ou cascos ao invés de pés. Pelo contrário ele em suas raras visitas ao mundo dos terrenos sempre gostava de usar o melhor em tudo a começar pelos sapatos, sempre um modelo da Casa Testoni ou Stefano Benner. Quem o visse acharia se tratar de um ator, modelo, empresário ou um milionário qualquer usando as melhores marcas e perfumes e nunca o intitulado "Príncipe das Trevas", alias Luxfero gostava da ideia de ser um Príncipe. barba por fazer, como estava na moda, olhos castanhos e cabelos castanhos curtos. Claro, com aparência de recém-cortados. Mesmo não precisando contar o tempo, ele não abre mão de um relógio Milenary Aduemars Piguet na cor pink gold, o Milenary encantava Luxfero que achava que o relógio tinha tudo haver com ele, um ser milenar. Seu tom alegre e seu sorriso branco faria sucesso em qualquer ambiente requintado, porém ali não era o caso.
- Apesar de poder fazer entradas espetaculares, preferi entrar normalmente pela porta da frente Feiticeira. Disse em tom irônico.
- Ótimo! minhas defesas misticas não estão valendo de nada mesmo. reclamou Circe.
- Já pensou em colocar aqueles alarmes de movimento? sabe? aqueles que tocam um beep avisando quando entra? daria melhor resultado. Sendo mais irônico ainda.
- Bom eu sei que você tem o hábito de ser penetra Luxfero, ignorando qualquer coisa até feitiços de proteção como o de Kirkê. Mas o que o fez sair do sub-solo? ironizou Anuar-el.
- Ah serio mesmo que tinha um feitiço de proteção? achei que era uma brisa de bem vindo vinda do mar em torno de Eana, riu Luxfero.
- Você está procurando encrenca Príncipe? perguntou uma Circe já irritada.
- Claro que não senhora de Eana! apenas vim revê-los. Faz muito tempo que não nos reunimos. Quando foi a última vez mesmo?...
- Quando fomos resgatados pelo pai de Circe das masmorras de Fulufiel em Wasteland. Respondeu um Anuar El incomodado pela lembrança.
- Boa memória Lorde Dahlia, Sim exatamente! apontando para ele. Zeus carregava Circe quase desmaiada, enquanto eu com um ombro deslocado, e sua Dahlia Gumim com a asa quebrada carregávamos você destroçado, pela tortura que Tiamat aplicou em você para que desse a ordem de rendição.
- Por que lembrar disso agora? perguntou Circe incomodada.
- Ah perdão meu amigos, não quis baixar o astral de nosso encontro. Pelo contrário, é muito bom revê-los juntos em condições muito melhores que naquela mal fadada ocasião.
- Sei que você ainda me culpa pela derrota Luxfero, mas fiz o que achava certo.
- Sei disso, no primeiro milênio realmente minha vontade era de te matar, mas ai lembrei de quem você é, e agora isso é passado.
- Tão simples assim? nossa! que evolução Príncipe.
- Nem tanto Senhora de Eana, na próxima vez eu comandarei.
- O acordo de paz foi bem claro. Você ainda quer outra guerra?
- Guerra não. Entendam Wasteland me pertence. Promoverei apena como dizem os terrenos uma "reintegração de posse".
- Nosso contingente no Grande Círculo ainda não se recuperou, temos muitos ainda para retornarem do Rio da Vida.
- E não quero passar de novo pelas coisas que passei em Wasteland, nunca mais. Prometi não colocar meus pés lá novamente e assim farei. Disse Circe categórica.
- Tudo isso que vocês disseram é quase verdade. Sei que As hordas Dahlias estão em baixa com algumas poucas centenas de legiões.
- Mas o bastante para manter a paz entre os mundos Luxfero. Avisou Anuar El.
- Ah sim claro Anuar El. Olhando para Zayná e fazendo o sinal silencioso de não. Desculpe não fomos apresentados eu sou Luxfero, e você ?....
- Pode me chamar de Ziggy Stardust.
- Prazer.
- Você está pensando em invadir novamente Wasteland? pergunta Circe inconformada.
- Sempre! mas também sei esperar pela hora certa, a oportunidade perfeita. E Também sei que você tem muitas contas a acertar com algumas Feiticeiras de lá. O quê me faz ter certeza que você participará de uma incursão comanda por mim.
- Só em sonho! diz Circe que já havia passado a raiva e servido vinho para ele.
- Obrigado Circe. Vai me dizer que você esqueceu Bernikê?
- Sabe Príncipe, nem todo mundo é rancoroso como o senhor. Os olhos de Circe eram ódio puro.
- Eu sei por isso: Tintim.
Todos participaram do brinde enquanto deram o gole, os pensamentos de todos por um breve instante se perderam no passado, presente e futuro.
E você Ziggy Stardust, o que faz aqui? tão longe de seu planeta? Perguntou desconfiadamente Luxfero.
- Apenas vim trazer o vinho que estamos a saborear a Senhora Kirkê. respondeu rapidamente. Mas já estou me retirando o tempo urge.
- Espero que minha chegada não o tenho feito se retirar antecipadamente.
- Por quê? pergunta Zayná.
- Por causa das coisas que dizem ao meu respeito desde o começo dos tempos.
- Pode ficar sossegado Príncipe, o "Diabo não é tão feio quanto pintam".
Luxfero a muito tempo não ouvia essa frase, por isso não se conteve e soltou uma gargalhada que estremeceu o ambiente.
- Gostei da resposta! ainda rindo, prazer em conhecê-lo Ziggy. Estendendo a mão para ele.
- Meus respeitos Príncipe. Apertando a mão dele. Com sua licença.
- Toda Ziggy, bom retorno as estrelas, brincou ele.
- Venha Ziggy levo você até a porta.
- Só um momento Ziggy.
Quando voltaram os olhares para Luxfero ele assoprou em direção a Ziggy.
- Pronto para você poder passar pela barreiras misticas de Circe, E começou a rir.
- Nossa que engraçado! Estou morrendo de rir, já pensou de ao invés de ser Príncipe do Inferno.
- Rei Circe lá sou Rei.
- Em ser comediante? e saiu com Zayná.
- Você sabe como deixá-la irritada Luxfero.
- Sei sim, ela odeia quando menosprezo suas capacidades de Feiticeira. Mas nós dois sabemos que sem ela não teríamos chegado aonde chegamos em Wasteland. Respeito ela por isso. Mas nunca vou admitir isso.
Enquanto isso Circe levava Zayná até o mirante que dava vista para o mar.
- Obrigado por nos trazer essas informações.
- Bom Circe agora vocês sabem que o futuro de todos nós depende da solução que você e Anuar El irão encontrar para restabelecer a linha temporal.
- Temos que tomar cuidado com Luxfero ele não é uma aliado. Ele só tem um lado o dele. Explicou Circe.
- Eu sei. Ele também pode por tudo a perder. Nesse momento ele também está de mãos atadas, sem poder o bastante para novamente invadir Wasteland. E uma entidade como a Dahlia Negra seria a arma perfeita, cuidado com ele também.
- Sempre temos. A história nos ensinou.
- Tenho que ir, não posso ficar muito tempo aqui pois posso ser rastreado por aquele que espreita nas curvas do tempo. Prazer em conhecê-la Circe.
- Prazer foi meu. Dando-lhe um abraço.
Ao se afastar Zayná abriu um portal para ir embora, assim que abriu quatro pontas de uma corrente tentaram segurar o portal aberto para que não se fechasse, Zayna só teve tempo de dizer uma frase e entrar no portal antes que seja lá quem fosse, pudesse descobrir onde, quem e quando aquele portal estava sendo usado.
- Ele ainda está espreitando! Até mais Circe!
- Cuide-se!
Assim que fechou o portal pedaços da corrente destruída caíram no chão. Ela aproximou-se e lançou um Feitiço e fez aqueles pedaços de corrente deixarem de existir nesse mundo. Ao voltar para a cozinha o riso era alto, Luxfero e Anuar El riam como se fossem companheiros de bar e não figuras historicamente antagônicas. Ela ainda chegou a tempo de pegar a última frase da história que Luxfero contava e que eles entenderam o motivo que ela valia a risada.
- Ai ela disse se soubesse que o senhor era tão lindo toda vez que me mandavam pro inferno eu vinha para lhe ver.
Ela sentou-se ao lado de Anuar El serviu-se de vinho e espero os dois terminarem de rir. Mas foi Luxfero quem falou primeiro.
- Bom agora que estamos só nos três, vamos ao que interessa. O que vocês dois estão tramando secretamente.
O tom da voz dele era um prelúdio de uma conversa muito difícil a se ter com o Príncipe das Trevas.